
O Ministério Público do Piauí apura a
informação de que os outros três menores, além de Gleison Vieira, 17
anos, também teriam participado do acordo em que receberiam dinheiro
para cometer atos de violência em Castelo que resultou no estupro
coletivo na cidade. Na investigação, o soldado Antônio Elias Mota Junior
teria oferecido R$ 4 mil - R$ 1 mil para cada adolescente - para que
eles cometessem os crimes na cidade.
De acordo com o MP, uma das testemunhas do caso informou que não
apenas Gleison - morto em 16 de julho no Centro Educacional Masculino
(CEM) pelos outros menores condenados - teria participado do acordo.
Todos aceitaram receber a quantia individual de R$ 1 mil para cometer
crimes na cidade.
Segundo o Ministério Público, a testemunha afirmou também que a proposta garantia ainda um advogado para defender os garotos.
O promotor responsável pelo caso, Cezário Cavalcante, declarou que
não há dúvidas de que as garotas foram violentadas em um sistema de
"rodízio" e que 20 estupros aconteceram no dia 27 de maio no Morro do
Garrote, em Castelo do Piauí.
Isso porque, segundo promotor, os quatro menores e também Adão José
de Sousa, 42 anos, estupraram todas as garotas. Cada um do menores
cumpre pena hoje por quatro estupros, três tentativas de homicídio e um
homicídio. Adão responderá, além desses delitos, por corrupção de
menores.
"O MP já tinha conhecimento por um dos menores que um policial havia
pago R$ 2 mil para o Gleison quando eles foram ouvidos no Complexo da
Cidadania, de que ele teria recebido dinheiro para acusar os outros e
que teria um advogado. Mas esses menores mentem muito. Não investigamos
porque o Gleison já estava no CEIP [Centro de Internação Provisória].
Mas, há outra versão de que teriam recebido R$ 1 mil cada um", afirmou.
O soldado é hoje investigado por Inquérito Policial Militar (IPM) por
incitação à violência na cidade de Castelo do Piauí. Ele estaria
utilizando uma rádio pirata, de sua propriedade, para causar pânico na
população. De acordo com o comandante geral da PM, coronel Carlos
Augusto Gomes, anteriormente o soldado Elias já havia sido transferido
para a cidade de Campo Maior por questões políticas na cidade.
A Defensoria Pública do Estado, que faz a defesa dos menores e de
Adão, colheu depoimento de menores que estavam em alojamentos próximos
aos dos menores condenados e indicou Elias como sendo o autor da
proposta. O soldado foi então chamado a prestar serviço no Quartel do
Comando Geral (QCG) enquanto durarem as investigações.
O advogado Anderson Cléber Sousa, que atua na defesa do PM, afirmou
que não há provas ou indícios que liguem seu cliente aos crimes e que
após obtenção do documento emitido pela Defensoria, será pedido
fechamento do inquérito.
Fonte:http://cidadeverde.com/noticias/199839/castelo-menores-teriam-recebido-r-4-mil-para-praticar-violencia-na-cidade
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